Evidências científicas mostram que as amêndoas podem ajudar a reduzir o colesterol total, o colesterol LDL (conhecido como colesterol ruim) e triglicerídeos, sem ter impacto significativo nos níveis de colesterol HDL (ou bom colesterol). Confira o que mostram os estudos.
Dezoito estudos considerados relevantes e vinte e sete amostras estratificadas foram incluídos baseando-se em critérios estabelecidos, tendo os 837 participantes uma média de consumo de amêndoas de 20 a 113 gramas por dia.
Quando os dados foram agrupados, a redução no colesterol total foi de 5,92 mg/dL. Entre aqueles que a quantidade de amêndoas consumidas foi de pelo menos 45 g/dia, a redução no colesterol total foi de 8,20 mg/dL.
Da mesma forma, quando os dados de todos os estudos foram agrupados, a redução do colesterol LDL foi de 4,80 mg/dL. As reduções foram de 5,10 mg/dL e 6,11 mg/dL quando a meta-análise foi restrita aos estudos nos quais pelo menos 45g de amêndoas foram consumidas por dia e nos quais os indivíduos tinham níveis elevados de colesterol LDL no início do estudo, respectivamente.
Os autores notam que o mecanismo pelo qual o consumo de oleaginosas favorece alterações do perfil lipídico (colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos) não é totalmente compreendido até a data.
Densas em valores nutritivos (entre os quais, fibra, vitamina E, riboflavina, magnésio), no caso das amêndoas, elas oferecem um perfil de ácido graxo favorável, além de conter outros constituintes, como esteróis e flavonoides, os quais devem ser importantes para este mecanismo de melhora do perfil lipídico e risco de doença cardíaca.
Adicionalmente, é possível que as mudanças favoráveis com o consumo de amêndoas estejam relacionadas, pelo menos em parte, a melhorias concomitantes no peso e na composição corporal: “Em vários dos estudos que foram incluídos em nossa metanálise houve reduções significativas no peso corporal com o consumo de amêndoas em relação ao controle”, escreveram os autores.
“O consumo de amêndoas como parte de uma dieta saudável deve ser encorajado a fim de melhorar os níveis de lipídios no sangue e reduzir o risco de doença cardíaca”, concluem.
Pesquisas recentes indicam que o consumo frequente de amêndoas está associado à diminuição do risco de diversas doenças, como obesidade, hipertensão, diabetes mellitus e síndrome metabólica, devido à sua capacidade de reduzir o colesterol “ruim”. Esses efeitos benéficos são atribuídos à fração lipídica e aos compostos polifenólicos presentes nas amêndoas.
Além disso, foi observado que o consumo de amêndoas e sua casca pode favorecer a microbiota intestinal, o que interfere diretamente na saúde de forma geral. Entretanto, vale lembrar que a biodisponibilidade e a quantidade consumida de amêndoa são fatores relevantes.
Referências:
Kathy Musa-Veloso, et al. The effects of almond consumption on fasting blood lipid levels: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. Journal of Nutritional Science, 2016. DOI: 10.1017/jns.2016.19
Barreca, Davide et al. “Almonds (Prunus Dulcis Mill. D. A. Webb): A Source of Nutrients and Health-Promoting Compounds.” Nutrients vol. 12,3 672. 1 Mar. 2020,