Os psicólogos descobriram que os benefícios emocionais dos atos compassivos são significativos para o doador, quer o destinatário esteja ou não ciente do ato. Por exemplo, se um marido perceber que o para-brisa no carro de sua esposa está coberto de neve, ele pode raspá-lo, limpá-lo, antes de ir para o trabalho, e esse gesto aumentaria o seu bem-estar emocional, independentemente de sua esposa perceber.

Harry Reis, professor de psicologia na Universidade de Rochester, liderou uma equipe de pesquisa que estudou 175 recém-casados norte-americanos que estavam casados em média 7 meses. Os resultados foram publicados na revista Emotion.

“Nosso estudo foi projetado para testar uma hipótese apresentada por Tenzin Gyatso, o atual Dalai Lama”, contou Reis, “que diz que a preocupação compassiva pelo bem-estar dos outros aumenta o próprio estado afetivo”.

A equipe de psicólogos, que incluiu Ronald Rogge, de Rochester, e Michael Maniaci, da Florida Atlantic University, pediu aos participantes que durante duas semanas mantivessem um diário para registrar as instâncias em que qualquer um dos cônjuges deixasse de lado seus desejos pessoais para atender às necessidades do parceiro. Para que os pesquisadores avaliassem o bem-estar emocional dos participantes, estes também mantiveram um registro diário de seus estados emocionais com base em 14 termos positivos e negativos – como entusiasmo, felicidade, calma, tristeza, raiva e mágoa.

Ao longo de 14 dias, os recém-casados relataram uma média de 65 e 59 atos compassivos por dia (dar e receber) – com maridos percebendo mais tais atos do que suas parceiras. Os atos incluíam coisas como mudar os planos pessoais para o bem do parceiro, fazer algo que valorizava o parceiro e expressar ternura pelo cônjuge.

Antes do estudo, os pesquisadores previram que o maior impacto sobre o doador viria quando o ato era reconhecido pelo beneficiário, porque o reconhecimento faria o doador sentir-se valorizado. Também pensaram que o destinatário sentiria o maior benefício quando o ato fosse mutuamente reconhecido, em oposição aos momentos em que um parceiro percebia um ato compassivo que não era realmente pretendido. Enquanto essas previsões foram confirmadas, os pesquisadores descobriram outra coisa.

“Claramente, quem recebe precisa notar um ato compassivo para emocionalmente se beneficiar dele”, disse Reis. “Mas o reconhecimento não é um fator significante para o doador.”

Os psicólogos descobriram que os doadores se beneficiam de atos compassivos, independentemente de o destinatário tê-los explicitamente observado. E, nesses casos, os benefícios para os doadores foram cerca de 45% maiores do que para os beneficiários, conforme determinado pelas escalas diárias de auto-avaliação, com o efeito sendo igualmente forte para homens e mulheres.

Para Reis, os resultados sugerem que “agir compassivamente pode ser sua própria recompensa”.

Reis agora está trabalhando com Peter Caprariello, professor assistente de marketing da Stony Brook University, para estudar os benefícios emocionais de gastar dinheiro com os outros. Seu trabalho sugere que gastar com os outros pode fazer uma pessoa se sentir melhor, mas apenas quando o objetivo é beneficiar essa pessoa. Gastar para impressioná-la não faz o ‘truque’.

Traduzido por Essential Nutrition
Referências:
http://www.rochester.edu/newscenter/tis-better-to-give-to-your-spouse-218022/

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