Utiliza estatina para diminuir o colesterol? Esse post é para você – descubra os efeitos colaterais do remédio

As estatinas são um grupo de remédios para baixar o colesterol, sendo as mais usadas a Sinvastatina, Atorvastatina e Rosuvastatina. Elas substituíram uma classe de fármacos que baixava o colesterol pelo bloqueio de sua absorção no intestino.

Muitas vezes, essas drogas tinham efeitos colaterais imediatos e desagradáveis, incluindo náuseas, indigestão e constipação, e no paciente padrão só ocorria uma ligeira redução dos níveis de colesterol.

A adesão ao tratamento era baixa, pois o benefício não parecia valer os efeitos colaterais e o potencial de uso, muito limitado. Por outro lado, as estatinas não tiveram efeitos colaterais imediatos: elas não causavam náusea ou indigestão e foram consistentemente eficazes, muitas vezes diminuindo os níveis de colesterol em 50 pontos ou mais.

Durante os últimos 20 anos, a indústria farmacêutica fez uma incrível campanha que transformou as estatinas em um dos fármacos mais vendidos de todos os tempos, com milhões de usuários diários. Porém, também é crescente o aumento de relatos de efeitos colaterais que se manifestam meses após o início da terapia.

Um artigo, publicado no American Journal of Cardiovascular Drugs cita cerca de 900 estudos sobre os efeitos adversos das estatinas, também conhecidas como inibidores da HMG-CoA redutase (enzima hepática que controla a produção de colesterol). Entre as complicações mais recorrentes, estão os problemas musculares, cognitivos, sexuais e de memória, além de dor ou dormência nas extremidades.

Também já foram diagnosticados casos de elevação de glicose no sangue (maior risco de ter diabetes) e complicações nos tendões.

EFEITOS COLERATAIS DA ESTATINA A LONGO PRAZO

Geralmente, as estatinas não causam efeitos colaterais imediatos. No início do tratamento, elas são eficazes na redução dos níveis de colesterol. As complicações fisiológicas que aparecem mais tarde muitas vezes não são interpretadas como efeito colateral da droga, mas sim como novo problema de saúde.

Uma das causas dos efeitos das estatinas é prejudicar a função mitocondrial (sistema responsável pela formação de energia), condição que leva a um aumento da produção de radicais livres.

Ao mesmo tempo em que baixam o colesterol, as estatinas também reduzem os níveis de coenzima Q10, um importante antioxidante mitocondrial, por meio do bloqueio da via envolvida na produção de colesterol – a mesma rota metabólica pela qual a Q10 é produzida.

As estatinas também reduzem o colesterol no sangue, que transporta CoQ10 e outros antioxidantes lipossolúveis. É importante lembrar que o colesterol é vital para uma adequada função neurológica e desempenha um papel fundamental na formação da memória, na absorção de hormônios e produção de neurotransmissores no cérebro, incluindo a serotonina, substância química de bem-estar do corpo.

O colesterol é a principal molécula das membranas celulares do cérebro, consistindo de mais da metade do peso seco do córtex cerebral. Quando os níveis de colesterol ficam muito baixos, os receptores de serotonina não conseguem executar suas funções, podendo predispor o surgimento de depressões.

O colesterol é o precursor de todos os hormônios produzidos no córtex adrenal, incluindo os glicocorticoides, que regulam os níveis de açúcar no sangue, e os mineralocorticoides, que regulam o equilíbrio mineral. Os corticoides são os hormônios suprarrenais à base de colesterol que o corpo usa em resposta ao estresse de vários tipos, isso promove a cura e equilibra a tendência à inflamação.

Por agir também sobre os hormônios sexuais, incluindo a testosterona, o estrogênio e a progesterona, sua redução excessiva pode causar distinção na produção dos hormônios suprarrenais e sexuais, o que pode ocasionar uma série de distinções fisiológicas, como problemas de glicose no sangue, edema, deficiências minerais, inflamação crônica, alergias, asma, libido reduzida, infertilidade e vários problemas do aparelho reprodutor, entre outros.

É necessária a conscientização e vigilância dos efeitos colaterais apresentados pelos pacientes durante o tratamento com inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas) para que a conduta a ser tomada priorize a qualidade de vida do paciente, sem causar riscos à saúde. Ficar preocupado apenas com o colesterol e não avaliar as demais necessidades fisiológicas pode resultar em muitas dores de cabeça.

Artigo traduzido por Essential Nutrition
Referências:
1.Statins and risk of incident diabetes: a collaborative meta-analysis of randomised statin trials. The Lancet, Volume 375, 9716, p. 735 – 742, 27 February 2010;
2.Am J Cardiovasc Drugs. 2008;8(6):373-418. doi: 10.2165/0129784-200808060-00004. Statin adverse effects : a review of the literature and evidence for a mitochondrial mechanism. Golomb BA1, Evans MA;
3.Mercola – The Dangers of Statin Drugs: What You Haven’t Been Told About Cholesterol-Lowering Medication (Part 1 of 3). Disponível em: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2004/07/21/statin-drugs-part-four.aspx;
4.Mercola – New Bombshell of Disastrous Side Effects from Statins… Disponível em: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2010/06/12/unintended-statin-sideeffect-risks-uncovered.aspx

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