Um material da Harvard Health Publishing traduzido especialmente para você.
A inflamação se origina no sistema imune — a rede de defesa que nos protege de organismos invasores, como bactérias, fungos e vírus, bem como de cânceres que surgem em nosso corpo. A resposta imune é essencialmente uma sequência de eventos que ocorre após um invasor violar as defesas externas do corpo ou quando os tecidos são danificados de outras maneiras. Para facilitar a compreensão, imagine que cada um desses eventos tem “jogadores” com funções atribuídas. Pense na resposta imunológica do corpo em três atos:
- O Ato 1 apresenta a chegada dos bandidos (os patógenos) e as primeiras tentativas do corpo de impedir o seu progresso;
- O Ato 2 apresenta os jogadores do sistema imune inato e o seu empenho para engolfar os invasores e enviar reforços;
- O Ato 3 apresenta os componentes do sistema imune adaptativo, que constroem uma defesa contra os ataques repetidos.
Ato 1: defendendo as barricadas
A melhor abordagem para derrotar os germes, em primeiro lugar, é impedi-los de entrar. Seu corpo tem um conjunto aparentemente simples de barreiras iniciais para inibir a entrada invasão de microrganismos indesejados — e, caso eles consigam entrar, estratégias para lidar com eles de pronto.
A pele, o maior órgão do corpo, é uma barreira formidável contra infecções. Não só funciona como um obstáculo físico impressionante, mas também é um ambiente hostil para muitos micróbios. A superfície da pele é ligeiramente ácida e algumas áreas são bastante secas: nenhuma das condições é adequada para muitos micróbios, que preferem umidade e um ambiente menos ácido.
Por mais impressionante que seja, a pele não pode fornecer proteção perfeita. Possui aberturas pelas quais alimentos, água, ar e outras substâncias entram e saem do corpo. Os olhos, a boca, os ouvidos, as vias aéreas, o trato digestivo e o trato urogenital são exemplos de portas de entrada. Embora vitais, eles fornecem uma maneira de os patógenos ingressarem.
Não é de surpreender que o corpo esteja em busca dos patógenos e exerça vigilância regular para eliminá-los antes que tenham tempo de se estabelecer. Por exemplo, a conjuntiva (membrana mucosa que cobre a parte externa dos olhos) é periodicamente umedecida e varrida, como o faz o para-brisa de um carro. O alto nível de ácido no estômago mata muitas bactérias perigosas, assim como as bactérias benéficas no trato digestivo, que mantêm os microorganismos causadores de doenças sob controle na maior parte do tempo. A mucosa (tecidos moles que revestem as cavidades úmidas do corpo) também possui propriedades antimicrobianas. Mas, às vezes, essas respostas não são suficientes. Então, é hora de trazer os jogadores do Ato 2.
Ato 2: imunidade inata
A imunidade inata é a próxima linha de defesa depois que as barreiras da pele e da mucosa são rompidas. O papel do sistema imune inato é atacar os patógenos invasores, desencadeando uma resposta inflamatória imediata e disparando a terceira linha de defesa, o sistema imune adaptativo. A imunidade inata tem esse nome porque todos nascem com ela.
Podemos considerar que a imunidade inata não é especializada, o que significa que não é direcionada especificamente a um vírus ou a uma bactéria em particular. É assim que pode montar uma resposta tão rápida. Compare isso com a imunidade adaptativa, que precisa de tempo para se desenvolver nos primeiros anos de vida. A imunidade inata é a primeira resposta ativa do corpo a patógenos específicos.
Em suma, o sistema imune inato é um sistema necessário de resposta rápida, mas tem algumas limitações. Embora os receptores de reconhecimento de padrões do sistema inato possam identificar muitos tipos de patógenos, eles são menos eficazes contra alguns outros. Em segundo lugar, o sistema imune inato não retém a memória do inimigo que venceu. É por isso que a resposta imune adaptativa é tão importante.
Ato 3: imunidade adaptativa
A imunidade adaptativa é um processo mais gradual pelo qual os glóbulos brancos (linfócitos) são preparados para distinguir os inimigos das células do próprio corpo. (Doenças autoimunes ocorrem quando esse processo dá errado.)
Se a primeira linha de defesa ativa — a resposta imune inata — não consegue derrotar o inimigo em cerca de quatro a sete dias, a segunda linha de defesa ativa, a imunidade adaptativa, entra em ação.
A imunidade adaptativa é um processo mais lento do que a imunidade inata, mas é muito mais precisa. Ela reconhece os patógenos e foca especificamente neles. O sistema imune adaptativo produz células de “memória” que o permitem lembrar os antígenos e responder novamente a eles no futuro. É por isso que, uma vez que você pega uma doença como a varicela, diz-se que está “imune” a ela. Se você for exposto novamente ao vírus varicela-zoster, que causa a varicela, o seu sistema imune saberá automaticamente como combatê-lo.
Este artigo foi extraído e adaptado do e-book “Combatendo a inflamação”, um material exclusivo da Harvard Health Publishing, traduzido e disponibilizado especialmente para você. Leia o material na íntegra.
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