Talvez você logo se lembre do ômega-3 ou da cafeína quando falamos em nutrientes que favorecem as funções cognitivas. Mas chegou a hora de você conhecer a fosfatidilserina, uma das moléculas preferidas do nosso cérebro. Saiba por que.
Para entender a atuação da fosfatidilserina, é preciso trazer algumas informações que muitas pessoas nem imaginam. A primeira delas é que 60% do nosso cérebro é formado por lipídios (ou seja, gordura) e, aproximadamente, de 10 a 20% é fosfatidilserina.
Outro ponto é que essa molécula está presente na membrana das nossas células neurais, as quais somam em torno de 100 bilhões de neurônios que formam trilhões de conexões entre si para fazer nossa “máquina” mental trabalhar.
Bem, só com essas breves informações, já temos uma pista de que a fosfatidilserina tem um lugar relevante no funcionamento cerebral, certo? Siga a leitura para saber mais sobre ela, e conhecer alimentos e suplementos que contêm essa “boa gordura” na composição.
O que é fosfatidilserina?
A fosfatidilserina é uma molécula composta por fosfato e por ácidos graxos. É classificada como um fosfolipídio, um tipo de gordura. Ela está presente na membrana das nossas células, na parte interna, principalmente nos neurônios, sendo o principal fosfolipídio no cérebro.
Como atua no cérebro?
A fosfatidilserina é uma das moléculas que constituem a membrana dos neurônios, a estrutura periférica das nossas células neurais. Ela participa de funções essenciais para manter as nossas funções cognitivas em plena atividade.
Entre essas funções, podemos destacar a importância para a fluidez da membrana celular, ajudando a controlar “o que entra e o que sai” da célula, e a participação da liberação de neurotransmissores, que ao lado de impulsos elétricos, proporcionam a transmissão de informações no nosso cérebro, e assim, são essenciais para as sinapses, as conexões que acontecem entre uma célula e outra para que a neurotransmissão aconteça.
É importante lembrar que para ter um cérebro ativo, com boa memória e que desempenhe bem as demais funções cognitivas, suas células precisam estar saudáveis e bem estruturadas. E a fosfatidilserina é um dos “requisitos” para isso.
O envelhecimento do cérebro e a fosfatidilserina
O envelhecimento dá seus sinais diante do declínio de sínteses, desgastes, entre outros fatores. No cérebro, as alterações bioquímicas e a deterioração da estrutura são alguns deles, capazes de prejudicar processos importantes, como a neurotransmissão.
Nesse contexto, a ingestão de fosfatidilserina se destaca por ser bem absorvida pelo nosso corpo. Ela tem a capacidade de atravessar a barreira que protege o sistema nervoso central de substâncias indesejadas que percorrem pelo sangue, de interromper e até de reverter as alterações químicas e deterioração estrutural citadas anteriormente.
DHA e fosfatidilserina
É quase impossível falar da fosfatidilserina sem citar o DHA. O componente muito conhecido por ser um dos ácidos graxos ômega-3 também está presente nas células neurais, e corresponde a 20% da gordura presente no nosso cérebro.
Quando associado com a fosfatidilserina, essa parceria favorece a neurotransmissão, principalmente nas vesículas sinápticas, como são chamadas as bolsas nas quais os neurotransmissores ficam “guardados” até serem liberados para criarem conexões e transmitirem informações.
Uma parceria de sucesso! A fosfatidilserina com o DHA ajuda a impulsionar as funções cognitivas, como a atenção e a memória, como foi relatado em um estudo feito com idosos.
Aqui, não vamos entrar nas propriedades específicas do DHA que contribuem com o funcionamento do cérebro e com a saúde de forma geral, as quais são foco de outros artigos, mas saiba que essa gordura também apresenta uma atuação importante quando falamos de funções cognitivas.
Para que serve a fosfatidilserina?
Depois de compreender como a fosfatidilserina atua no cérebro, é interessante citar alguns estudos nos quais foi identificada a melhora da plasticidade sináptica e a redução da perda de memória e morte de neurônios pela idade, além da melhora da atenção sustentada e memória em idosos saudáveis quando associada ao DHA, como relatada anteriormente.
Assim, de forma resumida, podemos destacar que a fosfatidilserina pode:
- contribuir com o funcionamento cognitivo;
- melhorar a aprendizagem;
- favorecer a memória;
- apoiar a capacidade de focar a atenção e a concentração;
- facilitar o raciocínio e a resolução de problemas;
- auxiliar habilidades linguísticas e a capacidade de se comunicar.
Qual alimento tem fosfatidilserina?
Alguns alimentos contêm fosfatidilserina na composição e, entre eles, podemos destacar:
- Vísceras
- Coração e fígado de frango
- Soja
- Feijão branco
- Semente de girassol
- Peixes, como atum e bacalhau
E quais os suplementos com fosfatidilserina?
Quanto mais consumimos fosfatidilserina, mais ela pode ser incorporada na membrana das nossas células. Assim, suplementos que se destacam com boas concentrações são mais propensos a colaborarem com esse processo.
Existem suplementos apenas com fosfatidilserina na composição, porém vale lembrar que fórmulas aprimoradas com DHA proporcionam uma combinação de nutrientes capaz de favorecer ainda mais as funções cognitivas.
Quem pode tomar fosfatidilserina?
Pessoas que querem ou precisam melhorar o desempenho cognitivo e prevenir deficiências nutricionais podem suplementar, sempre seguindo a orientação de médicos e nutricionistas.
Combinando fosfatidilserina com outros nutrientes
Quando o foco for suplementar fosfatidilserina para aprimorar a atenção e outras funções cognitivas, ela pode estar acompanhada de nutrientes e ativos que estimulam o cérebro nesse sentido, como a cafeína e o gengibre tailandês.
Também, é interessante lembrar da sinergia da fosfatidilserina com o DHA. Os suplementos que apresentam ômega-3 com o ácido graxo concentrado, podem favorecer ainda mais a funcionalidade cerebral.
Para saber mais sobre esse assunto, siga a leitura com o conteúdo Ômega-3: benefícios para o cérebro. Nele, você vai conhecer mais a fundo como os ácidos graxos atuam e como a sinergia com a fosfatidilserina pode contribuir, além de dicas para cuidar da saúde cerebral. Vamos nessa?
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