Globalmente, os idosos representam a população que mais cresce. Os indivíduos mais velhos podem ter respostas imunes mais fracas e elevado risco de infecções, certas doenças autoimunes e câncer. Muitos desses riscos são consequência da diminuição da função imunológica associada ao processo de envelhecimento, isto é, a imunossenescência.

As características tradicionais da imunossenescência incluem componentes de imunidade adaptativa, tais como menor número e/ou proporções de células T naïve do sangue periférico (CD8 +), aumento do número de células T citotóxicas de memória/efetoras (CD8 +), bem como a capacidade alterada de células T de sangue periférico para proliferar e segregar citocinas. Além disso, a função e a quantidade das células B parecem diminuir com a idade.

A microbiota intestinal desempenha um papel importante na imunossenescência e é influenciada pelo processo de envelhecimento fisiológico, estilo de vida e dieta. Tem sido demonstrado que a microbiota intestinal de adultos mais velhos tem características específicas em comparação com a microbiota de adultos mais jovens, como níveis mais baixos de bifidobactérias e níveis mais elevados de bacteroidetes spp. Essas mudanças na composição da microbiota podem ser indicativas de disbiose ou saúde debilitada. Por exemplo, os níveis mais baixos de bifidobactérias já foram associados a um risco aumentado de diarreia associada a Clostridium difficile, hospitalização, tratamento antibiótico e fragilidade. Assim, intervenções dietéticas direcionadas que restabelecem a composição da microbiota podem reduzir o risco de morbidade relacionada à idade e melhorar a qualidade de vida de pessoas mais velhas.

Uma revisão sistemática e meta-análise de estudos controlados publicada em Nutrients avaliou o efeito de Bifidobacterium (B) animalis ssp. lactis HN019, uma cepa probiótica, na atividade da resposta imune inata em pessoas mais velhas saudáveis.

Os efeitos aleatórios foram analisados com diferença de média padronizada (SMD) e intervalo de confiança de 95% entre os grupos probiótico e controle para cada resultado. Um total de quatro ensaios clínicos foram incluídos na análise.

Os dados reunidos mostraram que o consumo a curto prazo (3 a 6 semanas) de B. lactis HN019 resultou em capacidade fagocitária significativamente melhorada de PMN (leucócitos polimorfonucleares) e atividade tumoricida das células NK na população idosa saudável. Deve-se notar que as limitações da pesquisa foram o pequeno número de estudos incluídos, o não acesso à saúde dos indivíduos nos estudos originais e o acompanhamento de curto prazo, e, portanto, futuros estudos são ainda necessários para a confirmação de seus achados.

“Os achados desta meta-análise sugerem que o consumo diário a curto prazo do probiótico B. lactis HN019 aumenta a capacidade fagocitária de PMN e a atividade tumoricida das células NK em adultos idosos saudáveis”, escreveram os autores.

 

Referências:
Miller EL, et al. The Effect of Bifidobacterium animalis ssp. lactis HN019 on Cellular Immune Function in Healthy Elderly Subjects: Systematic Review and Meta-Analys. Nutrients, 2017. DOI: 10.3390/nu9030191

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