A importância da microbiota intestinal vem se tornando cada vez mais conhecida. Muito se fala da sua ligação com a produção de neurônios e com as defesas do organismo contra doenças. Mas, saiba que as suas funções vão além disso. Conheça os detalhes do funcionamento da microbiota e dicas para mantê-la saudável.
O que é a microbiota intestinal
A microbiota intestinal é o conjunto de microrganismos (bactérias, vírus, fungos e arqueias) que habitam o trato gastrointestinal, principalmente o intestino grosso. Esses microrganismos desempenham um papel essencial na saúde humana, influenciando a digestão, o metabolismo, o sistema imunológico e até mesmo a saúde mental.
Ela é composta de mais de 1.000 espécies diferentes, porém predominam as bactérias chamadas de probióticos, que são representadas pelas Bifidobactérias e Lactobacilos. Essas espécies vivem em harmonia com o nosso corpo, nos ajudando em diversos processos. Confira.
Microbiota intestinal e sistema imunológico
Estima-se que aproximadamente 70% de todas as células do sistema imune estão ligadas ao trato gastrointestinal. Por esse motivo, o intestino age como um regulador da imunidade. Somado a isso, ele produz anticorpos e algumas bactérias da microbiota produzem uma espécie de muco, que reveste as paredes intestinais, evitando a entrada de patógenos (agentes ou organismos causadores de doenças) e permitindo a passagem de nutrientes.
Microbiota intestinal e sistema nervoso
O cérebro e o intestino se comunicam de forma dinâmica e complexa, formando um eixo bidirecional, cujo equilíbrio está associado à composição da microbiota intestinal. O papel modulador que esse ecossistema exerce sobre o eixo cérebro-intestino e, concretamente, sobre a saúde mental é uma área que está em franco crescimento na ciência.
Hoje já se sabe que a microbiota atua na produção e liberação de uma grande variedade de neurotransmissores e hormônios, como a serotonina, a dopamina, a acetilcolina, a noradrenalina e o ácido gama-aminobutírico (Gaba). E que, dependendo da seleção e disponibilidade de bactérias no nosso intestino, pode ocorrer uma redução na produção de neurotransmissores e hormônios que exercem influência sobre o humor, a irritabilidade, a ansiedade, a saciedade e a capacidade de concentração.
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Microbiota intestinal e obesidade
Também em ação conjunta com o sistema nervoso, a microbiota intestinal atua na produção e liberação de neurotransmissores e hormônios que controlam o movimento da comida no intestino e as sensações de bem-estar, fome ou saciedade. A microbiota influencia também na regulação da forma de armazenamento de gordura e dos níveis de glicose no sangue.
Quando em desequilíbrio, ela pode ainda provocar um processo inflamatório, que tem potencial para deixar o intestino permeável, permitindo a passagem de bactérias e toxinas. Assim, aumentam as possibilidades de ocorrência de leaky gut, obesidade, síndrome metabólica e Diabetes tipo 2.
Microbiota intestinal e absorção de nutrientes
A microbiota intestinal regula a absorção, pelo intestino, dos nutrientes ingeridos através da alimentação. Ao produzir e liberar enzimas, ela também ajuda a digerir os alimentos que nem o estômago nem o intestino delgado foram capazes de digerir. Adicionalmente, atua na produção de algumas vitaminas.
O que pode desregular a microbiota intestinal
O desequilíbrio da microbiota intestinal pode ser causado por diversos fatores. Confira alguns dos mais comuns:
- substâncias tóxicas derivadas da dieta, como alimentos mal digeridos, corantes, conservantes e adoçantes artificiais;
- mau funcionamento de outros órgãos, como fígado, que podem produzir ou não eliminar toxinas que chegam ao intestino;
- substâncias liberadas em quadros de estresse crônico;
- ação de alguns medicamentos, como antibióticos;
- ingestão de substâncias químicas, como agrotóxicos, álcool e tabaco;
- compostos produzidos por bactérias maléficas;
- privação de sono ou um sono irregular pode favorecer bactérias associadas à obesidade e inflamação;
- com o avanço da idade, pode ocorrer uma redução da diversidade bacteriana.
Entre as consequências, podemos citar as mais comuns:
- Inchaço e gases;
- Cólica;
- Fadiga;
- Dores de cabeça;
- Sensibilidade alimentar.
Ou complexas, como:
- Corpo altamente inflamado;
- Imunidade baixa;
- Síndrome do intestino irritável;
- Alergias;
- Obesidade;
- Depressão e alterações no humor.
Como melhorar a microbiota intestinal
Assim como influencia a saúde do corpo como um todo, a microbiota intestinal depende de um organismo saudável para manter seu equilíbrio. Dessa forma, o controle do estresse, a contenção no uso de antibióticos e a adoção de uma dieta saudável devem ser perseguidos por quem deseja fortalecer sua microbiota.
Nutrientes para a saúde intestinal
Em relação à dieta, as fibras das frutas, verduras, castanhas, legumes e grãos integrais são boas opções para as bactérias do intestino. Quando as bactérias digerem essas fibras, também chamadas de prebióticos, produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que nutrem as células da barreira intestinal, melhoram a proteção e podem ajudar a prevenir inflamações.
Além disso, os probióticos também se mostram grandes aliados da microbiota por serem considerado bactérias do bem que podem ajudar a regular este universo de microrganismos do nosso intestino, e estão presentes em alimentos fermentados, como kefir, kombucha e iogurtes.
Outro caminho para reforçar a microbiota pode ser a recomendação de suplementos que ajudam a nutrir a nossa saúde intestinal. Fibras, probióticos, glutamina, colágeno, e outras formulações estão entre eles. Confira!
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