Entenda quais são os possíveis benefícios do ômega-3 para quem faz academia ou exercícios regularmente, e como ele pode colaborar com o desempenho físico.
Alguns nutrientes e compostos são bem conhecidos por quem frequenta academia ou pratica esportes. Entre eles, o ômega-3, que muitas pessoas associam apenas com a cognição, vem sendo relacionado para ajudar no desempenho de atletas.
Para contextualizar nossa conversa, uma revisão publicada em Nutrients destacou vários estudos que associam a importância do ômega-3 com potenciais efeitos saudáveis para quem tem o esporte como uma prática diária. Por isso, a referida pesquisa vai permear esse texto para explicar as propriedades do ômega-3 no mundo de quem treina.
Propriedades do ômega-3 aliadas de quem treina
Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 participam ativamente de funções celulares e da regulação de diversos sistemas do nosso corpo. Porém, aqui vamos destacar a sua ação nos processos anti-inflamatórios, antioxidantes e no metabolismo do músculo esquelético, que são mecanismos importantes para quem foca em manter a saúde em equilíbrio enquanto se dedica para atingir bons resultados nos treinos.
Anti-inflamatória e antioxidante
Bem, que a prática de esportes é cheia de benefícios para a saúde, isso você provavelmente já sabe (e se quiser saber mais, vale conferir um artigo que fizemos sobre a relação entre o exercício físico e o ganho de saúde).
Contudo, diante da prática de exercícios mais intensos, pode acontecer um mecanismo de geração de radicais livres ocasionado pelo músculo esquelético. Isso significa que, quando nos exercitamos com foco no alto rendimento e exigimos um trabalho mais “árduo” da musculatura, a produção de radicais livres pode ser maior que a capacidade antioxidante dos músculos.
Mas, se você faz parte do time que ama um treino mais intenso, pode manter a calma! Isso não quer dizer que esses exercícios podem fazer mal. Afinal, lembre-se sempre que o nosso corpo funciona bem quando está em equilíbrio. O que acontece é que o músculo esquelético produz essas moléculas para que elas oxidem outras, com o objetivo de mantê-las nas mesmas condições quando estamos em repouso, as quais são chamadas de níveis basais. Dessa forma, podemos perceber que é uma tentativa do nosso organismo de manter o equilíbrio e condições “normais”.
Quando os músculos estão em contração e trabalhando com mais intensidade, a produção de radicais livres pode acontecer e ocasionar diferentes respostas, como as inflamatórias. Eles danificam as estruturas celulares, como o DNA, lipídios e proteínas, e para reparar essa ação, alguns nutrientes e compostos podem contribuir.
Um estudo destacou que diante da suplementação de três semanas com 3,2g de EPA e 2,2g de DHA (compostos do ômega-3) foi observado um aumento do teor de EPA em determinadas células de defesa. O EPA é amplamente conhecido pela ação anti-inflamatória e por auxiliar a manter os níveis saudáveis de triglicerídeos.
Assim, se os ácidos graxos ômega -3 estão na composição das membranas celulares, eles participam de regulações importantes, como do sistema nervoso e da pressão sanguínea. Mas o nosso corpo não os produz de forma endógena, sendo, então, as nossas escolhas alimentares as ferramentas para reforçar o aporte do nutriente e de outros com ações antioxidantes, como vitaminas e minerais.
Recuperação dos músculos
Indo além das propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, as pesquisas citadas na revisão associam o ômega-3 ao retardo da perda de massa magra, que é um efeito esperado no envelhecimento e em algumas condições clínicas. Também, o ômega-3 foi relacionado com a recuperação muscular em outros achados, que mostraram a diminuição dos danos e da dor muscular após o exercício físico associada à suplementação de ômega-3 por sete dias, sendo administradas 3g por dia.
Proteção cardiovascular
Ao fazer treinos de alta intensidade, não só os músculos trabalham mais, mas o coração também participa de forma mais intensa, o que pode ocasionar adversidades cardíacas. Por isso, é sempre importante praticar com a supervisão de um profissional e fazer uma adaptação gradativa.
Quando falamos em saúde cardiovascular e ômega-3, saiba que alguns estudos sugerem que os ácidos graxos ajudam a reduzir o colesterol alto, a pressão alta, os níveis de triglicerídeos e ritmos cardíacos anormais.
Que o ômega-3 é um composto cheio de propriedades constantemente estudadas constantemente, isso não podemos negar. Assim como muitos outros nutrientes que favorecem uma rotina de exercícios, o ômega-3 pode ser recomendado para quem treina com diferentes objetivos.
Nesse contexto, alguns estudos vêm trazendo a ingestão de ômega-3 como estratégia para reduzir processos oxidativos, inflamatórios e relacionados com a saúde cardiovascular. Contudo, como cada corpo é único, é sempre importante destacar que a nutrição ideal é aquela que está de acordo com as necessidades de cada indivíduo, seguindo a recomendação de médicos e nutricionistas para ter um bom aproveitamento e evitar qualquer adversidade.
Ômega-3 além do óleo de peixe
Uma dica interessante é conhecer fontes de ômega-3 além do óleo de peixe. O óleo de krill também é rico em ácidos graxos, além de conter naturalmente astaxantina, um poderoso antioxidante, e ambos podem agir em sinergia em suplementos.
Falando em suplementação, fórmulas aprimoradas de ômega-3 podem unir outros ingredientes que apoiam quem treina. Quando o foco é lidar com a inflamação, a curcumina é uma grande aliada, assim como para cuidar da saúde cardiovascular, a coenzima Q10 também pode ser citada. Além disso, a atenção com as articulações também faz parte dos cuidados de muitos atletas, e a união do ômega-3 com o colágeno tipo II pode ser uma boa escolha.
Quer entender um pouco mais sobre esses benefícios e a sinergia do ômega-3 com outros nutrientes? Tem um conteúdo bem completo sobre ômega-3 para inflamação e outro que foca nos benefícios para o coração, mas se o seu interesse está nas articulações, não perca o artigo que apresenta como a combinação dos ingredientes certos pode favorecê-las.