Pacientes com baixos níveis de testosterona, mas que fizeram terapia de reposição de testosterona (TRT), podem apresentar menor risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio (IM) ou acidente vascular cerebral (AVC), e mortalidade por todas as causas, conforme publicado em European Heart Journal.
Com a existência de dúvidas devido a resultado conflituoso de estudo anterior (estudo TOM com a participação de 209 homens, idade ≥ 65 e alta prevalência de doenças crônicas), cientistas do Centro Médico para Assuntos de Veteranos da Cidade de Kansas, EUA, usaram dados de um grande número de pacientes (n= 83.010, idade ≥ 50) que receberam cuidados médicos entre dezembro de 1999 e maio de 2014, para identificarem os reais benefícios da TRT sobre eventos cardíacos. Os homens foram divididos em três grupos clínicos: tratados até o ponto onde os seus níveis de testosterona total voltaram ao normal(Grupo 1); tratados, mas sem atingir o nível normal (Grupo 2); não tratados (Grupo 3).
É importante ressaltar que todos os três grupos – com baixos níveis de testosterona documentados – foram selecionados para que a comparação entre seus perfis de saúde fossem semelhantes. Foi levado em conta uma ampla gama de fatores que podem afetar o risco cardiovascular e riscos gerais, por exemplo, idade, índice de massa corporal, doenças crônicas, níveis de colesterol LDL, uso de aspirina, betabloqueadores e estatinas.
A média de follow up entre os grupos variou de 4,6 (sem TRT) a 6,2 anos (com TRT).
O contraste mais nítido emergiu entre o Grupo 1 e o Grupo 3. Os homens tratados apresentaram 56% menos probabilidade de morte durante o período de follow up, 24% menos probabilidade de sofrer um IM, e 36% menos probabilidade de sofrer um AVC.
Existiram diferenças entre o Grupo 1 e Grupo 2, mas foram menos pronunciadas. Pouca diferença surgiu entre os Grupos 2 e 3, com exceção de uma ligeira vantagem na sobrevivência para aqueles que foram tratados (Grupo 2).
O resultado final, portanto, foi que com a normalização dos níveis de testosterona após TRT ocorreu uma melhora quanto aos riscos cardiovasculares e morte por todas as causas. Mas, conforme autores do estudo retrospectivo afirmam, “os mecanismos para tal resultado ainda não são conclusivos, podendo ser postulado que os níveis de testosterona influenciam no tecido adiposo, sensibilidade à insulina, perfis de lipídios, ou devido às suas propriedades anti-inflamatórias e anticoagulantes, como já foi reportado por outros cientistas”.
NOTA DO EDITOR:
O mérito deste trabalho é, finalmente, comprovar o que já se observa na prática: o homem com deficiência de testosterona é mais doente. O grande número de pacientes observados (83.000) – por longo período – faz com que as conclusões sejam sólidas o suficiente para que a prescrição de reposição de testosterona para os homens se torne uma medida preventiva importante.
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Artigo traduzido por Essential Nutrition
Referências:
Revista Essentia Pharma Edição 9