Sabores e emoções têm uma conexão fascinante. Pesquisadores estudam como sensações e respostas nervosas são despertadas por diferentes sabores e como nossas emoções influenciam nossas escolhas alimentares. Leia o artigo para entender melhor essa incrível relação!

Do primeiro gole de café pela manhã até uma sopa reconfortante ao final de um dia de inverno – os sabores não satisfazem apenas nossa necessidade básica de nutrição. Eles têm o poder de ativar lembranças, provocar sentimentos de felicidade, nostalgia ou até mesmo desencadear reações físicas imediatas. 

Esta relação entre sabores e emoções é estudada há décadas. Pesquisadores buscam compreender as conexões existentes entre os sabores e as respostas emocionais que eles evocam, além de investigar os mecanismos envolvidos na influência das emoções na escolha alimentar e nos sabores percebidos.

Esses achados mostram o quão complexa e fascinante é a relação do ser humano com a alimentação. Continue a leitura para entender melhor como os sabores despertam emoções e como elas podem influenciar na percepção dos gostos que sentimos.

Como o corpo percebe os sabores

O corpo percebe os sabores por  meio de receptores localizados na língua e em outras partes da cavidade bucal. Quando os alimentos entram em contato com esses receptores, eles enviam sinais elétricos para o cérebro através de nervos específicos. 

O cérebro, então, interpreta esses sinais como sabores distintos, que são processados para formar a percepção final do gosto. Além dos receptores gustativos, outros fatores como aroma, textura e temperatura dos alimentos também influenciam a percepção global do sabor.

Língua e botões gustativos

Apesar de muitos sentidos estarem envolvidos na percepção do sabor, a língua exerce um papel fundamental nesse processo. Isso se deve ao fato de sua superfície ser repleta de relevos com diferentes formas e funções: as papilas linguais. Nelas, encontram-se órgãos microscópicos responsáveis pelo reconhecimento dos sabores – os botões gustativos.

Antigamente, acreditava-se que cada tipo de sabor era detectado em áreas específicas da língua, mas hoje entende-se que todos os sabores podem ser reconhecidos em toda a sua superfície. As células receptoras de sabor expressam diferentes tipos de receptores e trabalham em conjunto para decodificar os estímulos gustativos. 

Além disso, o toque na superfície da língua pode influenciar a percepção do sabor, como demonstrado pela literatura científica, onde a intensidade do sabor variava conforme o contato do estímulo com diferentes áreas da língua.

Os cinco sabores

O paladar é responsável por avaliar o conteúdo nutritivo dos alimentos e prevenir a ingestão de substâncias tóxicas. Os cinco sabores básicos são:

  • Doce: indica a presença de nutrientes que fornecem energia;
  • Salgado: é detectado por receptores que respondem à presença de íons de sódio e indica um equilíbrio eletrolítico – quando a concentração de eletrólitos no corpo humano está adequada; 
  • Azedo e amargo: alertam sobre a presença de substâncias potencialmente nocivas ou venenosas;
  • Umami: um sabor recentemente reconhecido, sinaliza a existência de aminoácidos.

 

 

A influência do olfato

Já foi sugerido que até 80% da percepção do sabor dos alimentos vem do nariz, o que é evidenciado pela perda de paladar durante um resfriado. Os receptores olfativos desempenham um papel crucial ao fornecerem sinais que definem como percebemos os sabores. 

Isso acontece porque os aromas dos alimentos entram na cavidade nasal, onde se ligam aos receptores olfativos e são enviados para a boca através do que chamamos de olfação retronasal. Este processo é fundamental para dar identidade aos sabores.

Evidências científicas mostraram como o olfato afeta a percepção do sabor ao apresentar a voluntários frascos com aromas diferentes: um doce e outro contendo um composto chamado benzaldeído. 

Quando os participantes cheiraram esses aromas e depois experimentaram uma solução de sacarina na boca, o sabor doce foi percebido como muito mais intenso em comparação ao teste em que usaram água. Esses resultados destacam a importância do olfato na nossa experiência sensorial dos sabores.

O papel da visão

Menos influente do que o olfato, a visão também tem a capacidade de modificar a percepção de sabor, fato que é muito levado em consideração para a apresentação visual de receitas, pratos e produtos alimentícios. 

Exemplos do papel da visão no sabor foram demonstrados por experimentos feitos com alimentos coloridos de forma inadequada, como por exemplo, bife azul, ervilhas vermelhas ou batatas verdes. Os participantes reclamavam sobre o sabor desagradável dos alimentos e, mesmo estando em perfeito estado de conservação, outros relataram passar mal após a ingestão.

Outro estudo clássico nesse sentido foi realizado para investigar os efeitos da cor na olfação retronasal. Voluntários em formação na área de enologia inicialmente descreveram as características de uma amostra de vinho branco. 

Em seguida, receberam uma amostra de vinho tinto – que na realidade tratava-se do mesmo vinho branco tingido de roxo – para analisar. Os participantes utilizaram características de vinho tinto para descrever a amostra, o que sinaliza os efeitos da visão na olfação retronasal.

Diferentes sabores manifestam diferentes emoções

Os cinco sabores podem desencadear diversas emoções e sensações nos seres humanos. Participantes que tiveram as sensações avaliadas ao saborearem diferentes tipos de chocolate dão uma ideia disso.

Estudo 1: como os sabores de chocolate influenciam respostas emocionais

Uma publicação recente investigou como diferentes tipos de chocolate influenciam respostas emocionais e sensoriais. Os 72 participantes avaliaram chocolates amargos puros (70% e 85% de cacau) e chocolates aromatizados (laranja, blueberry e menta) ao longo do tempo. Descobriu-se que os chocolates amargos foram associados a emoções como tédio, calma e agressividade, com variações entre o 70% e o 85% de cacau. 

Por outro lado, os chocolates aromatizados foram mais frequentemente descritos como “interessantes”, com picos de emoções como felicidade, energia e calma, dependendo do sabor.

Esses resultados sugerem que diferentes sabores de chocolate podem evocar respostas emocionais distintas, relacionadas tanto à excitação quanto ao prazer.

Estudo 2: as diferentes emoções proporcionadas por chocolates diferentes

Outro artigo avaliou como diferentes tipos de chocolates influenciam as emoções conscientes e inconscientes de 45 participantes. Foram utilizados chocolates com sal, ácido cítrico, açúcar, glutamato monossódico e chocolate amargo. 

Descobriu-se que o chocolate doce foi associado a emoções positivas como felicidade, alegria e prazer, enquanto o chocolate amargo foi ligado a sentimentos como naturalidade, luxo, relaxamento, saúde e satisfação. 

O umami foi relacionado a sentimentos de atividade, realização e, em contrapartida, tédio. O chocolate salgado despertou sentimentos de interesse, liberdade, animação e travessura, enquanto o chocolate azedo foi associado a sensações de excitação, compartilhamento e culpa.

Expressões faciais como reações aos sabores

As respostas sensoriais de indivíduos podem ser categorizadas em três tipos: abordagem/aceitação, rejeição/retirada e neutralidade/indiferença. Esses comportamentos podem ser observados quando alimentos são oferecidos a humanos ou animais. Expressões faciais são uma forma de medir essas respostas. 

Uma publicação sobre o tema indica que as reações faciais a sabores específicos parecem ser inatas e reflexas, não aprendidas ao longo da vida. Testes com recém-nascidos mostraram que estímulos doces, azedos e amargos provocam expressões faciais distintas desde as primeiras horas de vida, antes de qualquer experiência alimentar. 

Por exemplo, estímulos doces induzem a expressões de prazer, semelhantes a um sorriso, enquanto estímulos azedos levam ao franzir dos lábios e estímulos amargos provocam expressões de nojo. 

Abordagens adicionais com recém-nascidos usando aromas agradáveis e aversivos confirmaram essas reações faciais. Mesmo em indivíduos com deficiência visual, as respostas faciais a estímulos de sabor e odor são semelhantes às de indivíduos que enxergam.

Emoções percebidas pelo sistema nervoso

As emoções desencadeadas pelos diferentes sabores também envolvem alterações no sistema nervoso autônomo (SNA), como mostram pesquisas que monitoram parâmetros como temperatura da pele e frequência cardíaca. 

Um estudo sobre as respostas do sistema nervoso autônomo associadas aos gostos primários com 34 voluntários investigou a resposta emocional associada a cada sabor usando soluções de sacarose (doce), cloreto de sódio (salgado), ácido cítrico (azedo) e sulfato de quinino (amargo). 

Os resultados mostraram que o sulfato de quinino (gosto amargo) provocou as respostas mais intensas no SNA, especialmente nos parâmetros à atividade elétrica da pele (eletrodérmicos) e à regulação da temperatura sanguínea (termovasculares).

Além disso, todos os sabores provocaram mudanças significativas na frequência cardíaca e nos parâmetros de resposta cutânea. O sabor doce, associado a uma experiência agradável, induziu respostas mais fracas, enquanto os sabores desagradáveis (salgado, azedo e especialmente amargo) geraram respostas mais intensas no SNA.

A influência das emoções no consumo alimentar

As emoções influenciam diretamente na percepção dos sabores e nas escolhas alimentares. Quando uma pessoa está ansiosa, ela pode perceber sabores de forma diferente do que quando está relaxada. Isso ocorre porque a ansiedade ativa respostas fisiológicas que podem alterar a sensibilidade gustativa. 

Isso foi investigado em uma análise com 83 participantes. As emoções de relaxamento e ansiedade foram induzidas por diferentes vídeos. Depois, os participantes avaliaram o sabor do café sem açúcar ou adoçado. 

Os resultados mostraram que a ansiedade aumentou a excitação e a atividade da amilase salivar (enzima que inicia a digestão dos carboidratos na boca), diminuiu a intensidade percebida do sabor doce e aumentou a percepção do sabor amargo.

Comfort food

O ato de comer vai além da nutrição. O comportamento alimentar humano é influenciado por uma combinação de fatores sensoriais, sociais, ambientais e emocionais. A percepção de sabor, a decisão de comer e as emoções geradas começam na aparência dos alimentos, passando pelo cheiro, pela cor, pela textura, até chegar no gosto e nos efeitos que isso causa fisicamente e mentalmente. Neste contexto, o termo comfort food vem sendo estudado e difundido. 

Comfort food é o alimento que traz alegria, bem-estar, nostalgia, conforto emocional ou até mesmo alívio da dor. Por tratar-se de algo intimamente associado às emoções, os alimentos considerados de conforto são bastante individuais e variáveis de acordo com os indivíduos e populações.

Conforme a literatura científica, os principais gatilhos que levam as pessoas a buscar os comfort foods são as emoções negativas ou quando os indivíduos tentam regular suas emoções de alguma forma.

Um exemplo é uma pesquisa realizada com mulheres que comeram chocolate nos estados de humor negativo, positivo e neutro induzidos por trechos de filmes. Observou-se redução do humor negativo ao consumir o chocolate em comparação a beber água, enquanto nenhum efeito foi observado nas situações de humor positivo ou neutro. 

Entretanto, situações positivas também podem desencadear esse consumo, como comemorações e festas de aniversário, por exemplo.

Chocolate e café entre os preferidos

Independentemente da emoção associada, é comum que os alimentos de conforto sejam, de modo geral, doces ou adocicados. Uma abordagem feita com 1234 adultos, em sua maioria (80,6%) mulheres, observou que os comfort food mais referidos foram o chocolate e o café, consumidos frequentemente por 48,3 e 45,9% dos entrevistados, respectivamente.

Apesar do estímulo à liberação de substâncias relacionadas ao bem-estar provocado pela glicose, a percepção do sabor doce também induz a sentimentos e emoções positivas, conforme abordado ao longo do texto. 

Opções saudáveis para abraçar as emoções

Como você pode ver, as emoções influenciam nossas escolhas alimentares, e buscar conforto em certos alimentos nessas situações é totalmente normal e esperado.

A boa notícia é que existem alimentos reconfortantes com sabor doce que não contêm açúcar adicionado. Essas opções são excelentes alternativas para os momentos de conforto, pois satisfazem o desejo por algo doce de forma mais saudável, ajudando a manter o equilíbrio e o bem-estar.

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  • Chocolift também é uma opção de alimento que desperta emoções. É um chocolate proteico, sem açúcar adicionado, feito com puro cacau. 
  • Mondz: deliciosas amêndoas levemente torradas com dupla camada de chocolate proteico e sem açúcar.
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