Ingrediente marcante da medicina tradicional entre as populações da Ásia e ilhas do Pacífico há milhares de anos, o óleo de coco começou a ganhar respaldo no Brasil a partir de 2012, quando seus comprovados benefícios passaram a ser mais bem conhecidos, ao mesmo tempo em que era desmitificado o medo de sua gordura.
O óleo de coco apresenta uma das melhores características para ser utilizado na culinária, pois, diferentemente dos outros óleos populares, seu smoke point é alto. O smoke point de um óleo ou gordura indica a temperatura limite que ele suporta antes da liberação de compostos voláteis que degradam suas propriedades benéficas.
Mas, as qualidades do óleo de coco não estão somente na beira do fogão. Há anos que estudos científicos mostram que seu uso está associado à redução do colesterol, triglicerídeos e LDL, prevenção de doenças cardiovasculares, melhora da circulação sanguínea, emagrecimento, antienvelhecimento, como também otimização do sistema imune.
Atualmente, os resultados de estudos ampliaram o conhecimento dos benefícios do óleo de coco, e expandiram seu uso, podendo ele ser usado até mesmo em produto de limpeza oral. Sim, o uso dele na mucosa oral, como um ingrediente da pasta de dente ou enxaguatório mostrou-se capaz de atuar como antisséptico, prevenindo cáries e gengivites.2,7
A nível de composição, a diferença do óleo de coco perante os outros óleos é que ele possui predominantemente ácidos graxos de cadeia média, e não de cadeia longa. Além disso, possui até 92% de gordura saturada das quais cerca da metade se apresentam como ácido láurico. Somente o leite materno pode oferecer essa alta concentração de ácido láurico. Muitas das ações do óleo de coco se dão pela presença dos ácidos graxos conhecidos como ácido láurico, ácido cáprico e ácido caprílico. Essas substâncias exercem, por exemplo, ação antimicrobiana, antiviral e antifúngica contra diversos microrganismos causadores de candidíase, diarreia, e conforme já citado, patologias orobucais.1,2,5,7
Uma dieta que inclui o óleo de coco mostra uma série de benefícios à saúde. Com relação ao diabetes tipo 2, por exemplo, o seu uso mostrou uma melhor resposta do triglicerídeo pós-prandial quando comparado aos pacientes que não ingeriram o óleo. A hipertrigliceridemia pode ser uma consequência do diabetes e contribui para o aumento do risco cardiovascular. Alimentos capazes de reduzir esse parâmetro são importantes aliados no tratamento da patologia. Demais estudos relacionando o consumo desse alimento com doenças cardiovasculares, aumento de HDL, redução de LDL, TG e circunferência abdominal vêm sendo publicados, reforçando suas ações já reconhecidas. E, mesmo no tratamento de Alzheimer foi possível associar o uso do óleo de coco com resultados promissores: além de exercer efeitos positivos sobre alguns fatores de risco para a doença (como colesterol, pressão sanguínea e níveis séricos de glicose), o óleo de coco tem mostrado melhoria no processo de cognição desses pacientes. Isto porque sua metabolização pelo fígado pode gerar corpos cetônicos – importante fonte de energia alternativa para o cérebro –, beneficiando pessoas já acometidas com doenças que afetam o comprometimento da memória.3,8,9,11,12
Estudos mostram também um potencial efeito anti-inflamatório e antioxidante na artrite. A ingestão diária de óleo de coco sob a forma virgem foi capaz de reduzir marcadores inflamatórios, como COX-2, iNOS, TNF-α e IL-6, além de aumentar enzimas antioxidantes, glóbulos brancos e proteína C-reativa. Para minimizar os efeitos relacionados à quimioterapia, a suplementação desse alimento também mostrou resultados que podem ajudar no estado funcional e na qualidade de vida dos pacientes.4,6
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Fonte:
Revista Essentia 10ª edição
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3. Pietraszek A, et al. Effects of a meal rich in medium-chain saturated fat on postprandial lipemia in relatives of type 2 diabetics. Nutrition. 2013, doi: 10.1016/j. nut.2013.01.018.
4. Vysakh A, et al. Polyphenolics isolated from virgin coconut oil inhibits adjuvant induced arthritis in rats through antioxidant and anti-inflammatory action. Int Immunopharmacol. 2014. doi: 10.1016/j. intimp.2014.02.026.
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7. Shino B, et al. Comparison of Antimicrobial Activity of Chlorhexidine, Coconut Oil, Probiotics, and Ketoconazole on Candida albicans Isolated in Children with Early Childhood Caries: An In Vitro Study. Scientifica (Cairo). 2016. doi: 10.1155/2016/7061587.
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